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segunda-feira, outubro 31, 2005

BOB DYLAN

Quando Jesus se
revelou a Bob Dylan


Nos anos 60 um jovem de Minnesota, filho de judeus da classe média, chegava a New York, com seu violão e sua gaita de boca. Robert Zimmerman, nascido em 24.05.1941, era seu nome. Porém o mundo o conheceria como Bob Dylan. Suas primeiras apresentações de música folk logo chamaram a atenção de um famoso crítico do New York Times, que reconheceu seu talento.
Dylan grava seu primeiro LP em 1961 e estoura nas paradas com a música Blowin`in the Wind, canção que se tornaria um hino do movimento pelos direitos civis – liderado, então, pelo pastor Rev. Martin Luther King –mais tarde assassinado. As canções de Dylan passaram a embalar os sonhos de liberdade de várias gerações. Suas letras, poesia sempre marcada pela atualidade. Usava a música para discursar, denunciando o militarismo, a corrida nuclear, encontrando seus temas nas ruas e em manchetes de jornais. Seu comportamento arredio, modos anticonvencionais e seu zelo em preservar-se da mídia, foram formando em torno dele o mito, uma lenda indecifrável.
Nos anos 80, falando sobre a decadência do rock, transformado pelas corporações num negócio sujo e consumista, Dylan comentou: “A verdade sobre qualquer coisa nessa sociedade, como você sabe, é ameaçadora. A fofoca domina. É como se consciência fosse uma palavra suja” . Para ele, a música que empurram para a juventude gera um comportamento medíocre e alienado: “As pessoas ficam se mostrando, dançando ao ritmo de um monte de mentiras...tudo é muito comercial como um polvo que se esparrama, tudo parte do sistema. Às vezes você se imagina como se vivesse no filme Invasores de Corpos, e a gente fica pensando se já foi apanhado, se já se tornou um “deles”. Bob Dylan sempre ensinou a seus ouvintes um caminho na contra-mão do oportunismo e da desonestidade. Para ele arte tem a ver com integridade: “
Não tinha nada a ver com compor, fama, fortuna... Entende o que eu quero dizer, podia tocar num teatro, na trazeira de um caminhão, numa boite, ou na rua, tanto fazia... Cantar a música, contribuir com alguma coisa que valesse a pena, e pagar minhas despesas no caminho”.
Um herói? Ele diz: “Penso num herói como alguém que compreende o grau de responsabilidade que vem com a liberdade... Enfrentar uma multidão com meu violão é uma das coisas mais heróicas que posso fazer”.
Dylan sempre foge da auto-promoção. Mas sabe utilizar-se da mídia para colocar suas idéias. Afirmou: “Não acredito que a psiquiatria ajude ou já tenha ajudado alguém. Acho que esta é uma grande fraude com o público. Bilhões de dólares trocaram de mãos, e poderiam ter sido usados para propósitos melhores”. Sobre drogas ele declarou: “Eu nunca tive nada a ver com o charme das drogas. Aquilo foi uma coisa dos beats, não minha...o drogado não é o problema. O drogado é o sintoma, não o problema...como o Dr. Freud diria”.

Jesus era real e eu O estava encontrando
A tradição judaica da família deu a Bob Dylan uma preciosa referência espiritual, visível em sua biografia. Quando os Beatles, e outros astros do rock, começaram a buscar em indus e maharishis os gurus para suas jornadas psicodélicas ele viajava para Jerusalém, visitando o muro das lamentações. Quando os Rolling Stones cantavam uma música chamada “Simpatia ao demônio”, ele declarava-se cristão. Nesse período gravou três preciosos long-plays no estilo da gospel music. Aos 39 anos viveu a mais marcante experiência de sua vida. Na ocasião, afirmou: “O mais engraçado é que muitas pessoas pensam que Jesus só entra em nossa vida quando estamos por baixo, infelizes, ou simplesmente velhos e à espera do fim. Mas não foi isso que aconteceu comigo. Eu estava numa ótima. Minha carreira tinha tomado novo impulso, em 1978, quando um grande amigo meu teve uma conversa muito profunda comigo, e uma das coisas sobre as quais falou foi Jesus”. Dylan, então, foi apresentado a dois pastores, aos quais perguntou: “O que é o Filho de Deus, o que significa tudo isso? E o que significa morrer pelos meus pecados?”. Passou a acreditar que Ele é real: “Sabia que Ele não iria entrar na minha vida para torná-la infeliz...até que tive esta sensação, esta visão e sensação”. Nessa época gravava “Slow train coming”, com nítida influência do Evangelho (Novo testamento), um apaixonado testemunho em nome da salvação, devoção e doutrina cristã – escreveu um crítico.

Eu passei por uma experiência de autêntico renascimento
Muitos duvidaram a consistência de suas convicções, mas Dylan fez questão de revelar a profundidade de sua fé: “Encontram-se no meu âmago, fazem parte de mim”. Sobre religião ele disse: “Para mim, o mais importante é entrar em contato com Jesus Cristo. Ele nos guiará. O pregador autêntico é aquele que diz: “Não siga a mim, siga a Cristo”. Define: “Eu passei por uma experiência de autêntico renascimento, se você quisar chamá-la assim. Trata-se de uma definição meio gasta, mas é a mais acessível ás pessoas, algo com que elas transam bem...Eu sempre soube que havia um Deus, Criador do Universo, um criador das montanhas e do mar, mas não tinha consciência de Jesus e de que estava relacionado ao Supremo Criador. ...Um dia, eu estava dormindo, e de repente dei um pulo da cama, as sete da manhã, e senti que uma força maior me impulsionava a vestir uma roupa e ir até ao curso de Bíblia. Eu já tinha aceito Jesus em meu coração, mas não havia falado com ninguém sobre isso, porque sentia que a reação seria de não me levarem a sério. A maior parte das pessoas que conheço não acreditam que Jesus ressuscitou, que Ele está vivo, mas eu já havia deixado de pensar assim”.
Bob Dylan, com os pés firmados na realidade, sempre marcado pelo compromisso com a liberdade, pelo respeito aos jovens admiradores de sua música, declarou: “Quando passeio por algumas das cidades incluídas nas turnês, no entanto, fico totalmente convencido de que as pessoas precisam de Jesus. Basta ver o número de viciados, alcoólicos e neuróticos. Trata-se de manifestações de uma doença que pode ser curada num minuto. Mas o poder constituído não permite que isso aconteça. O poder constituído diz que a cura deve se dar politicamente”.
Bob Dylan completou 64 anos, neste ano de 2005, e continua em boa forma, sempre criativo e exigente no exercício de sua arte. Lançando palavras, como sementes, levando o coração de seus ouvintes á reflexão sobre a vida, a fé e a liberdade. A verdadeira liberdade ele encontrou em Jesus, que disse a seus discípulos: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”; “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”; “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”; “
Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.

José J Azevedo

Bibliografia:
. Bob Dylan por ele mesmo. Editora Martin Claret Ltda, 1994: São Paulo-SP.
. Vida e Obra – Cameron Crowe.
. Artigo: Bob Dylan – Como se tornou o que é – Roberto Muggiati.
. Artigo: É dificil acreditar: Bob Dylan encontrou Cristo.

3 Comments:

Blogger Frederico Pereira said...

Oi, vim retribuir sua visita ao sede de expressão e fiquei impressionado com o que encontrei aqui. Confesso que me senti atraído pelo conhecimento que você apresenta com tanta simplescidade.
Há muito a ser conhecido, muito a ser vivido, sinto que poderei encontrar algumas alternativas em suas impressões. Quero que saiba que a partir de hoje andarei silenciosamente por estes caminhos que você tão habilmente vem mostrando em seus textos, obrigado pela oportunidade do conhecimento.

A verdadeira sabedoria está na atitude de ser um eterno aprendiz.
Shalom!

Fred

6:52 PM

 
Blogger annarraissa said...

Dylan se tornou cristão durante uma crise no seu casamento, que culminou em separação; fez três dos seus menos criativos discos e deixou a religião pra lá. Viver é a verdadeira religião, se é que alguém precisa dela.
Dylan é o melhor cantor/músico/escritor/poeta/letrista e o que mais queiram do nosso tempo.

5:00 PM

 
Blogger JUBA said...

BOB DYLAN CONVERTIDO É TUDO DE BOM, ELE TEM BASTANTE HAVER COM JESUS, QUE É JUSTIÇA, PAZ, FORTALEZA, BOB DYLAN CONVERTIDO ELE NUNCA VAI DEIXAR O CRISTIANISMO PORQUE QUANDO JESUS ACONTECE NA VIDA DE UMA PESSOA ELA JAMAIS LARGA ELE, PODE PASSAR POR VÁRIAS FASES, MAS ELA SEMPRE VOLTA PARA O DOCE AMIGO E CRIADOR E SENHOR DE TODAS AS COISAS "JESUS" A ELE TODA GLÓRIA, HOJE E PARA TODO O SEMPRE, ELE É DIGNO, BOB DYLAN COMO SEMPRE FEZ A MELHOR ESCOLHA QUE PODERIA TER FEITO. TCHAU, BEIJOS EM CRISTO.

9:16 AM

 

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