TEXT TEXT

domingo, outubro 23, 2005

MATRIX

Como sobreviver no mundo de Matrix?

Alegoria é, basicamente, a exposição de idéias ou pensamentos de forma figurada. O primeiro filme da trilogia Matrix, em sua linguagem alegórica, depois de ser assistido por milhões de pessoas, continua a ser motivo de interesse intelectual. O filme é uma ficção que nos faz meditar sobre a realidade em que vivemos. Cada vez mais o ser humano se aliena da realidade: Novelas da TV, Internet, salas virtuais de bate-papo, jogos eletrônicos, etc. A indústria do entretenimento é uma das maiores do mundo. O tempo vivido ao vivo é cada vez menor e centenas de milhões de pessoas – principalmente no mundo ocidental – vivem vidas substitutivas. Outros tantos milhões só conseguem encarar a realidade sob efeito de drogas ou álcool, danças frenéticas embaladas sob o efeito do ecstase, etc. Geralmente são pessoas imitando os modelos impostos pela propaganda subliminar, veiculada em novelas e filmes da TV. Na verdade, esses grandes rebanhos de alienados preferem a ilusão a encarar a realidade – maravilhosa realidade que desafia os que ainda estão despertos. Matrix denuncia o crescente domínio da máquina sobre o ser humano – coisificado a ponto de ser transformado em energia, prisioneiro em seu casulo e conectado a um megacomputador para sustentar um mundo virtual totalitário. A esperança, então, reside num grupo de homens que conseguiu despertar da ilusão criada pelas conexões fantásticas que imitam a realidade perdida. Essa metáfora moderna deve levar à reflexão, lembrando a liberdade – em sua essência espiritual – como um valor não negociável.
Sob essa maré de imagens virtuais o ser humano se aliena, não apenas da própria alma, mas também de seus semelhantes. Outro dia, saudoso, um amigo comentou que antigamente as famílias se reuniam nas praças e bancos. No cinema, os filhos comiam pipocas juntos e os casais conversavam. Hoje quem fala na sala de casa é a TV. Os pais e filhos poucos se conhecem, pois o diálogo foi substituído pela interação do ser humano com a máquina. Ironicamente, a era das comunicações é marcada pela solidão crescente. Uma cultura consumista desequilibra o meio-ambiente natural e os cientistas alertam para um futuro ecologicamente instável.
Sob uma cultura materialista as pessoas de carne e osso passam a se comportar como se fossem personagens de uma perpétua ficção. Perdem o contato essencial consigo mesmo e com seu próximo. Quais as repercussões geradas por esse estilo de vida substitutivo?
Embrutecimento dos sentidos – A emoção natural vai sendo bombardeada por cenas mais ou menos chocantes – gerando uma espécie de adaptabilidade a situações permissivas, violentas ou aberrantes – isto é, a capacidade de reação vai sendo minada. Uma tragédia noticiada na TV já não gera tanta comoção pública; denúncias de corrupção encontram pessoas anestesiadas e sem capacidade de reação social objetiva; o individualismo e a desconfiança crescem e a injustiça social não encontra soluções – gerando seu agravamento. Nessa circunstância o mundo é polarizado entre ricos e pobres: urbanização caótica, fome, desnutrição, endemias, massas refugiadas, muros alfandegários, etc.
Empobrecimento espiritual – A exposição a uma mídia interesseira enfraquece o nível de vida espiritual das novas gerações – com seus padrões morais. A consciência humana, bombardeada por programas e filmes de baixo nível, especialmente os jogos eletrônicos ultraviolentos, fomentam uma mentalidade de réptil agressivo. Jovens deformam a própria imagem, tentando evidenciar esquecimento e anonimato. As noticias de chacinas, a promoção de guerras em função de interesses corporativos – e sua justificativa na boca de políticos comprometidos – levam ao conformismo e impotência a maioria das pessoas. A exemplo de Matrix a realidade chega formatada e temos que vive-la de acordo com o que foi programado em softwares a serviço da dominação.
Decadência cultural – As novas gerações são alvo de produções musicais e artísticas de baixo nível, que apelam para o interesse egoísta, o individualismo irresponsável e a rebeldia sem sentido. A juventude alimenta-se de um manancial filosófico que nega a transcendência e a dignidade humana. Esse pensamento ensina, por exemplo, a inexistência de Deus como justificativa para uma liberdade miserável e permissiva, onde tudo pode ser feito, afinal de contas “o homem é a medida de todas as coisas”. Esse humanismo, que ignora e nega a herança milenar da verdadeira cultura, baseado na auto-suficiência e na arrogância, se revela no chamado pós-modernismo, que celebra a loucura, a distorção, perversões e rituais embalados por drogas e bebidas como sinal de desespero baseado na descrença de Deus ou da eternidade da alma.
Como sobreviver no mundo de Matrix? A Bíblia, em sua sabedoria milenar e divina, alerta com relação ao nosso tempo: “... Nos últimos dias, sobrevirão dias difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” (S.Paulo - 2 Timóteo 3.1-4).
Sobreviver num mundo cada vez mais materialista requer sabedoria e vigor espiritual. Há necessidade de uma honesta reavaliação de valores e prioridades. Com prudência e sabedoria precisamos separar o joio do trigo semeados na mídia impressa ou eletrônica. A Palavra de Deus ensina que o ser humano foi criado “a imagem e semelhança de Deus”. Mais que nosso corpo, em suas necessidades materiais, somos almas imortais! O principio e fundamento da realidade é espiritual. Jesus disse: “De que adianta um homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua alma?”. Mais do que nunca o mundo tem sede e fome da espiritualidade sadia e verdadeira. O apelo a práticas religiosas é grande, mas só em Jesus Cristo e em Sua Palavra eterna encontraremos a resposta para ser espiritualmente vitoriosos – com sabedoria para educar uma geração carente de referenciais que resgatem o supremo sentido da existência: Glorificar a Deus e desfrutar de Sua amorosa presença. Na verdade, precisamos da verdade que liberta e da fraternidade cristã de igrejas verdadeiramente bíblicas.

Vela pela tua alma, senão Matrix te aprisiona!