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terça-feira, julho 31, 2007

DE OLHO NA AMAZÔNIA


A INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
NA VISÃO DE CRISTOVAM BUARQUE

Durante um debate, realizado em Setembro de 2000, ocorrido nas salas de convenções do Hotel Hilton – Nova York, EUA – durante o “State of the World Fórum” o senador e ex-governador do Distrito Federal, Professor Cristovam Buarque foi questionado sobre o que pensava sobre a internacionalização da Amazônia. Um jovem estudante americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro.


Esta foi a resposta do Mestre Cristóvão Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazônia , sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais.
Não podemos deixar que as Reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo.O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA.Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.Nos seus debates, os atuais candidatos a presidência dos EUA tem defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de COMER e de ir a escola.Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!'.


CRISTOVAM BUARQUE




p/s – Cristovam Buarque teve este artigo publicado originalmente em O GLOBO e no CORREIO BRASILIENSE. Ele confirmou ao editor do Blog almacarioca a autoria autoria do mesmo.

quarta-feira, julho 11, 2007

VATICANO VERSUS CRISTÃOS

A INCLUSIVIDADE DE JESUS
E A EXCLUSIVIDADE CATÓLICA


A reafirmação do Vaticano, pelo documento assinado pelo papa Bento XVI, de que a Igreja Católica seria única igreja legitimamente cristã, negando reconhecer como cristãos os irmãos ortodoxos e protestantes, é uma contradição em si mesma, por vários motivos:1) Jesus – a quem a Igreja Católica diz seguir – afirmou: “Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha” (Mateus 12.30). A presunção do documento assinado pelo papa atual nega e contradiz o que Cristo afirma. Negar as palavras de Cristo é ser cristão?2)Em Mateus 18.20 Jesus afirma: “... onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”. A Igreja de Cristo é mais do que uma potestade religiosa, hierárquica e econômica – que no passado tinha poder de destronar reis e príncipes, condenar a morte cientistas que ousavam discordar de seus dogmas e queimar em suplícios da fogueira e câmaras de tortura os que ousavam contestar sua autoridade. Jesus simplificou e exemplificou sua verdadeira Igreja: Aqueles que se reúnem em seu Nome, em espírito e em verdade.3) Jesus também afirmou sua exclusividade com relação a qualquer outro nome ao afirmar: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”. ELE é o “único mediador entre Deus e os homens” (Gálatas 3.19). A Igreja católica sempre negou abrir mão de seu panteão herdado do paganismo. Em nome de uma pretensa unidade trocou os nomes de deidades pagãs com nomes de apóstolos e mártires, passando a cultuá-los - negando um dos Dez Mandamentos: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20).4) Jesus ensina a tolerância e a caridade. Disse João a Jesus: “Mestre, vimos um homem expelir demônios em teu nome e lho proibimos, porque não te segue conosco. Mas Jesus respondeu-lhe: Não lho proibais; pois quem não é contra vós, é por vós” (Lucas 9.49-50). Jesus veio para unir seu povo: "Haverá um só rebanho e um só pastor"( João 10.16) - no caso Ele mesmo, Jesus, e não um outro homem por mais santo ou poderoso que seja!5) Jesus afirmou: “Todo aquele que o Pai me dá, virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora... Pois esta é a vontade de meu Pai, que todo o que vê o Filho do homem e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. Se o Papa afirma que apenas os membros de sua organização religiosa é Igreja cristã está, novamente, negando a Cristo e Sua palavra. A própria palavra católica – que quer dizer universal – revela a Igreja de Cristo como uma unidade espiritual de fé que transcende a barreiras nacionais, a intolerância, as limitações e imposições religiosas. Cristo não veio apenas para fundar uma religião, veio para implantar Seu Reino Eterno no seio da humanidade.6) O que faz uma pessoa ser cristã não é uma religião ou decisão conciliar, mas o próprio Cristo: “Porque Deus amou a humanidade [mundo] de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3.16).7) O mérito da salvação não é atributo de uma religião, nem obra humana. A salvação não advém do fato de uma pessoa ser batizada nesta ou naquela religião. O batismo não salva como afirmam os cânones da Igreja Romana. Quem afirma esta verdade é a Bíblia: “... A todos que O receberam [Cristo], deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.12-13). Afirmar, pois, que ritos religiosos, indulgências, missas, etc., podem salvar a alma de alguém é pura heresia da qual todo cristão deve se arrepender.8) Quem salva ou faz de uma pessoa um cristão verdadeiro não é seu rótulo religioso: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a benção espiritual nas regiões celestes em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e sem defeito perante ele, e em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por Jesus Cristo para si mesmo, conforme o beneplácito da sua vontade” (Carta aos Efésios 1.3-5).9) Dois versículos do Antigo Testamento lembram que: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor... Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jeremias 17.5; 7). Miseráveis seríamos se depositássemos nossa confiança e a salvação da própria alma na dependência de um religioso ou de uma religião.10) Enfim, disse Jesus, o Senhor de todos os cristãos verdadeiros: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos”.11) Jesus ensinou que pelos frutos é que se conhece a árvore. Por isso lembra a seus discípulos nos dias de hoje: “Vós sois a luz do mundo... Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.Qual nosso dever, como cristãos evangélicos ou ortodoxos, diante da afirmativa do Papa? Orar e interceder pelos nossos irmãos católicos – admoestando-os e ensinando-os a Palavra de Deus, no glorioso caminho do discipulado cristão. (José J de Azevedo)